MEMÓRIA DA DITADURA ─ CARLOS MARIGHELLA
Nascido na cidade de Salvador, Bahia, em 5 de dezembro de 1911, Carlos Marighella foi um dos mais importantes militantes comunistas do Brasil no século XX e um dos principais líderes do movimento guerrilheiro contra o regime militar (1964-1985).
Filho de um imigrante italiano e uma descendente de escravos do Sudão, Marighella interrompeu o curso de engenharia em meados da década de 1930 para militar no partido comunista. Assim começa sua extensa trajetória política, vivida quase sempre em meio a prisões ou na clandestinidade.
Com o fim do Estado Novo, foi eleito deputado federal constituinte em 1946, em um dos raros momentos em que o "partidão" esteve na legalidade. Com a nova ordem imposta pelo golpe de 1964, marcada pelo autoritarismo e pela violência de Estado, Marighella foi perseguido, baleado e preso.
Conseguiu a liberdade através de um habeas corpus, já que não havia nenhuma acusação formal contra ele. Voltou para a clandestinidade, decidido a organizar a luta de resistência armada contra o governo militar golpista.
Escreveu alguns ensaios sobre política e economia, incluindo o seu famoso manual de guerrilha urbana. Segundo Marighella, o combate armado era a única forma de enfrentar o regime de força que naquela época controlava o país.
Foi assassinado na noite de 4 de novembro de 1969, em plena rua da cidade de São Paulo, metralhado em uma emboscada preparada pelas forças da repressão do governo.
Como Che Guevara, Marighella tornou-se um mito da esquerda radical no Brasil, inspirando muitos jovens a apoiarem a causa guerrilheira contra a ditadura militar.

