LENDAS DO ESPORTE - PETER NORMAN
Nas Olimpíadas do México em 1968, o velocista australiano Peter Norman conseguiu um feito extraordinário na prova dos 200 metros rasos: ele foi ao pódio com os estadunidenses John Carlos e Tommie Smith, chegando em 2º lugar com o tempo de 20'06", um recorde que até hoje não foi batido na Austrália.
Porém, o uso daquele bótom político na lapela, demonstrando solidariedade à causa dos seus colegas de pódio, renderam a Norman uma série de represálias no retorno ao seu país, que prejudicaram sua carreira e sua vida pessoal, do mesmo modo como aconteceu com os dois atletas negros nos EUA.
Naquela época a Austrália vivia um regime político segregacionista, semelhante ao "apartheid" da África do Sul. 44 anos depois, em 2012, o parlamento australiano formalizou um pedido de desculpas póstumo a Peter Norman, reconhecendo seus "feitos atléticos extraordinários" e sua bravura por usar no pódio um distintivo do Projeto Olímpico para os Direitos Humanos, em apoio ao protesto dos afro-americanos Tommie Smith e John Carlos.
Segundo os termos do documento, a Austrália pede desculpas a Peter Norman pelo tratamento indevido no seu retorno das Olimpíadas, bem como por não ter valorizado o seu papel inspirador antes da sua morte prematura, ocorrida em 2006.