CRÔNICAS DA REVOLUÇÃO ─ O IATE GRANMA
O ano de 2026 vai marcar o centenário do nascimento de Fidel Castro e também os 70 anos da épica viagem do iate Granma pelo mar do Caribe. Navegando do México até Cuba, o pequeno barco transportou o grupo guerrilheiro que deu início à campanha militar vitoriosa contra a governo ditatorial do general Fulgêncio Batista.
Em 25 de novembro de 1956, uma expedição com 82 combatentes do Movimento 26 de Julho, aglomerada em um pequeno iate ─ o famoso Granma, que tinha sido projetado para acomodar apenas 12 pessoas ─ partiu para uma missão histórica, desde o porto mexicano de Túxpan até a praia cubana Las Coloradas.
Depois de navegar uma semana em condições de penúria, a tripulação sofreu uma atracagem forçada desastrosa no dia 2 dezembro, em uma área de pântano quase intransponível. O mini-exército de Fidel Castro foi facilmente detectado pelo governo cubano e assim que chegou em terra firme foi perseguido e metralhado por aviões da guarda-costeira.
Os guerrilheiros ficaram espalhados no mato e aos poucos foram se dispersando e tombando no campo de batalha na medida em que eram cercados pelas tropas do Exército, que já os esperava ao longo da costa.
Um pelotão formado por Che Guevara com apenas 4 combatentes subiu em direção às montanhas da Sierra Maestra para se encontrar com o pelotão de Fidel, que contava com 7 homens.
Em menos de 24 horas, dos 82 expedicionários que zarparam do México sobraram apenas 11 almas vivas. Assim começava a preparação da força guerrilheira que 2 anos depois derrubaria o governo Batista, fazendo triunfar a Revolução Cubana.
“Nossa grandeza às vezes não é vista, porque é invisível para alguns; não é comercializada, porque não tem valor comercial. Não se esconde, porque é digna e pura. Mas, sim, ela pode ser sentida: nos povos libertados, nos doentes tratados e na cura aprimorada, na alfabetização e na instrução do povo, no atleta formado, no artista exposto. E nossos inimigos também sentem isso. Eles sentem tanto que todos os dias fazem planos para acabar com essa grandeza. É por isso que eles nos odeiam, pela ideia que representamos, pelo exemplo que estabelecemos. Mostramos que, com vontade e coragem, outro mundo, sim, é possível” (Fidel Castro).

